"Tempo não é meu!"

Artista contemporâneo

aflito exclama.

Sobrepuja o verbo

poesia midiática - 

novo concreTISMO

Redondilha triste...

de um poeta bipolar

não é mais que um chiste

Imagem imóvel

da foto bela sequela:

nascente ou poente?

Aguarda as netas,

na casa de minha mãe,

o piano mudo.

Repousa na lápide

o silêncio biográfico

inscrito na página

Palhaços na praça:

preto, rico, pobre, branco

riem lado a lado.

Oásis na vida

do carrancudo senhor

- teatro de rua.

Deletar sem medo

na escrita digital -

ousadiautoral

Esteta da arte

- sem ouvir rir o bebê -

ignora o sublime.

Refém de si mesmo,

resolve negociar

com o inconsciente.

Sem nenhum talento

pra viver de poesia,

fez três lindas filhas.

Feito urubus

circundando a lona preta

pedestres agouram

Feliz, primogênita,

comemora, satisfeita,

seu desbravamento

Dispensando as velas,

ilumina o parabéns

o bebê sorrindo